Divulgação do lançamento do livro: Docência em etnociências: um caminho com o coração, publicado pela editora NUPEEA e edição de Angelo Giuseppe Chaves Alves. Acesso gratuito em: https://onedrive.live.com/?cid=55c161fc19478806&id=55C161FC19478806%213164&authkey=!AKAkbICQIBmkBgw
Sobre o livro:
Nas últimas décadas, a Educação e sua interatividade com as Etnociências, em especial a(s) Etnoecologia(s), vem se desenhando como um objeto de reflexão epistemológica. A formação de professores nesta perspectiva vem se deslocando de uma concepção convencional do processo educacional para um questionamento contínuo deste mesmo processo. Paradoxalmente, a hegemonia de padrões de conduta das relações sociais da pós-modernidade, e o redimensionamento destes padrões pelo pós-colonialismo se apresentam num lugar de destaque na concepção do conhecimento e experiência na formação docente.
Dentre estes novos espaços de questionamento da formação de professores, merece um comentário a complementaridade existente entre o enfoque do Estágio de Docência e a Memória. O conjunto de capítulos preparados para este livro se coloca justamente neste espaço interativo, em que os saberes docentes em rede, se conectam para a construção de uma ambiência favorável tanto para a Educação quanto para a Etnoecologia. Há uma dinâmica própria na condução da sua escrita assentada nos agenciamentos do dispositivo da memória individual sobre as experiências do estágio de docência com o Professor Dr. Ângelo Giuseppe Chaves Alves, responsável pela componente curricular Etnoecologia, na Universidade Federal Rural de Pernambuco.
Transcorridos os anos, as vivências aqui expressas através de autobiografias de suas jornadas acadêmicas no estágio de docência há pouco referenciado, os então discentes, trazem uma nota de que todos comungam, qual seja, o tratamento da memória entre a racionalidade da consciência e a emotividade.
Podemos depreender que das linhas escritas transcorre uma forma imagética da memória plenamente sensorial, emotiva, natural e espontânea e, ao mesmo tempo, igualmente articulada. Percebemos que possivelmente,
sem incertezas sobre o que deveria ser lembrado sobre as experiências de
seus estágios de docência, os autores nos deixam perceber que, naquele
momento, tinham opinião acerca daquilo que se deveria ser preservado e
sustentado para além do estágio experenciado. A presença das lembranças
nas narrativas, nos descortina elementos marcantes que se deslocaram
para as habilidades que assumiriam mais tarde em suas histórias de vida,
em maior ou menor grau de consciência, quando já no exercício cotidiano
da interatividade entre e Educação e a(s) Etnoecologia(s).
A reunião destas memórias individuais neste livro Docência em
Etnociências: um caminho como o Coração tem a ação de nos colocar em
face com a memória coletiva, como um elemento reflexivo para a identidade
do “Coletivo: Professores Etnobiólogos e Etnoecólogos”.
Assim, a jornada de leitura desta obra certamente nos conduz à reflexão
sobre a formação e prática docente, e à discussão em que medida estas
narrativas nos impelem a criar vínculos na relação teórico-prática dos profissionais
etnobiólogos e etnoecólogos.
Profa. Dra. Maria Franco Trindade Medeiros
Laboratório Interativo em Etnobotânica (LinE), Departamento de
Botânica, Museu Nacional/ Universidade Federal do Rio de Janeiro
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